Por: Michaell Lange,
Londres, 23 de Janeiro, 2019 –
“Bolsonaro é a face do populismo no Fórum de Davos” disse o New York Times. O jornal Americano não economizou criticas ao novo Presidente do Brasil. A matéria afirma que Bolsonaro foi recebido por “aplausos desinteressados” depois do discurso de abertura do fórum. O jornal segue afirmando que a postura do presidente Brasileiro com relação a outras opiniões políticas “são incompatíveis com o espirito global de cooperação e liberdade do Fórum de Davos”. ” Com o seu discurso Nacionalista e postura de homem forte, além do seu histórico de criticas machistas, homofóbicas e discriminatórias, Bolsonaro é exatamente o oposto ao espirito de Davos”. A matéria do NYT também lembrou da promessa de campanha de tirar o Brasil do acordo climático de Paris, e de ter cancelado o encontro climático das Nações Unidas 2019 que aconteceria no Brasil, que contraria seu discurso em Davos onde Bolsonaro afirma que irá trabalhar junto com o resto do mundo para diminuir as emissões de gases poluentes.
O New York Times não foi o único jornal a criticar Bolsonaro. O Britânico The Guardian, deu ênfase ao crescente escândalo dos depósitos na conta do seu filho Flavio Bolsonaro, afirmando que a “estréia do presidente Brasileiro foi ofuscada pela bola de neve no Brasil”.
O Financial Times foi mais ameno com a primeira aparição do Presidente Brasileiro em Davos, intitulando sua matéria, “Presidente Brasileiro promete abrir a economia”. O FT disse que a postura pro-mercado do presidente deve ajudar o Brasil a se recuperar da crise, mas também criticou o presidente por não responder perguntas e não dar detalhes sobre reformas tributárias que certamente interessam investidores estrangeiros.
A comitiva presidencial parece mais interessada em tirar fotos do presidente comendo em bandeijão, usando crachá e tomando café de garrafa, do que encontrar-se com líderes mundiais e fechar acordos econômicos para o Brasil. O discurso do novo presidente em Davos foi fraco, politiqueiro e contraditório, passando uma mensagem errada do Brasil. De fato, o estilo homem forte, citado na matéria do NYT, é arcaico e atrasado. O mundo esta bem a frente dessa postura robusta, autoritária, machista e discriminatória do novo presidente Brasileiro. A mídia mundial não deixou barato.
Os discursos de ódio contra gays, índios, negros, mulheres e outros grupos sociais, certamente irão ofuscar a credibilidade do Brasil nas relações internacionais. As contradições do presidente com relação ao meio ambiente e a democracia, serão exploradas e postas a prova não apenas por grupos opositores, mas por governos mundiais que hoje, ja se comprometem com a importância de controlar as emissões de gases e outros materiais poluentes. A incapacidade do presidente em falar em detalhes sobres reformas econômicas, como por exemplo, as questões das reformas tributárias levantadas pelo jornal NYT, também irão impactar na credibilidade do Brasil junto a comunidade internacional.
Davos ja é uma oportunidade perdida para o Brasil. O presidente poderia ter detalhado suas intenções, mostrado suas cartas e convidado o mundo a sentar-se a mesa. A falta de detalhes nas propostas econômicas e tributárias, não agradou lideres e investidores mundiais. O Brasil perdeu a oportunidade de apresentar o novo Brasil. Ficou só na palavra. Faltou o plano de negócios. Faltou transparência no discurso. Faltou o entusiasmo, o carisma e a alegria Brasileira. Esse não era o Brasil. Bolsonaro precisa urgentemente rever suas posturas e apresentar ao mundo um plano de negócios detalhado para que investidores internacionais voltem a se interessar pelo Brasil. Palavras ao vento tem valor nulo.
Se as perspectivas do novo presidente com relação ao futuro econômico e social do Brasil são de fato sérias, a primeira impressão do ponto de vista internacional, não foi positiva. O presidente terá um árduo trabalho pela frente para esclarecer suas reais intenções junto a comunidade internacional para que o Brasil tenha alguma chance de engrenar sua economia e recuperar sua credibilidade para negócios. É certo que o presidente terá que rever muitas de suas promessas e refazer muitos dos seus conceitos para que seja visto com bons olhos pela comunidade internacional. Se o presidente não adotar uma postura mais liberal, global e amigável, mais de acordo com o mundo atual , é seguro afirmar que o Brasil terá grandes dificuldades de relacionamento no cenário mundial e continuará sendo tratado com indiferença pelos grandes mercados. É importante lembrar que a intransigência de Trump e a postura autoritária de Xi Jinping, só são aceitas por se tratarem das duas maiores economias do mundo. O Brasil não esta em posição de impor suas vontades e deve, para o bem do Brasil, adotar uma postura de cooperação, respeito e transparência junto aos outros atores mundiais. Caso contrário, o novo Brasil ja perdeu, antes mesmo do inicio do campeonato.
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